quarta-feira, outubro 04, 2006

Eu só queria, hoje, recordar a luta de que Humberto Delgado, em 1958, foi primaz porta-voz (eu tinha 10 anos, mas lembro-me bem do entusiasmo, da alegria, do optimismo - que hoje andam tão arredios de nós - que se viviam na minha casa em Moimenta da Beira, quando todos ali sonhavam - e eu apenas sabia sonhar, como se perde depois esta pureza? Ah, mas posso recuperá-la, e tudo farei para que isso aconteça
como já vai confuso este período!
vejam o final de "O Nome da Rosa, do Eco: stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus) eu só queria recordar essa luta - que de necessidade hoje temos de não perder essas memórias! - mas tenho de acrescentar algo mais. Aqui vai:
Por várias vezes ouvi, durante anos, repetir uma célebre frase de Delgado:Obviamente demito-o, em relação a Salazar. Hoje, na rádio, ouvi esta frase várias vezes e, embora isto não tenha, se calhar, qualquer importância, vejo-me obrigado a corrigi-la:
O que Humberto Delgado disse não foi exactamente isso, mas o seguinte: tendo-lhe sido perguntado o que faria a Salazar se ganhasse as eleições, ele respondeu com firmeza=

Obviamente demitia-o! ( e não demito-o). É uma piquinhice minha? Não o sinto assim, porque o clima do Águia d´Ouro, onde a frase foi dita, e o do país, na altura, implica diferença na interpretação da frase, que obviamente resulta do tempo do verbo! Mas que é que isto interessa? Aos académicos, porventura, a fidelidade das palavras, a mim... bem, a mim (que ouvi esta frase fortíssima aos 10 anos) interessa muito!!!