quinta-feira, maio 13, 2010

aguadas tardes na lembrança antiga
doridas tardes
na ruína das memórias frias

a solidão é a grande cama da cidade
quando as folhas principiam a cair e
as árvores deixam o ar lavado
na nudez fria dos seus ramos

outra vez a solidão
quando a casa, vazia da espera
suspira no aprumo das janelas

ouvem-se as águas tardias e
rasgam-se as mãos nos vértices das paredes
as mãos sangram e
lavam-se depois na nudez das árvores.

(ouve-se ao longe o choro de uma criança ausente)

3 Comments:

At 11:15 da tarde, Blogger zef said...

Boa noite, Aires.
Não esqueças: faz, e depressa, o que recomendas a outros...
Um abraço

 
At 6:23 da tarde, Blogger rendadebilros said...

se há um choro da criança , quebra-se um pouco a solidão!
abraço.

 
At 2:21 da tarde, Blogger Aires Montenegro said...

É verdade: mas o problema é quando se trata do "choro de uma criança ""ausente""...

 

Enviar um comentário

<< Home