aguadas tardes na lembrança antiga
doridas tardes
na ruína das memórias frias
a solidão é a grande cama da cidade
quando as folhas principiam a cair e
as árvores deixam o ar lavado
na nudez fria dos seus ramos
outra vez a solidão
quando a casa, vazia da espera
suspira no aprumo das janelas
ouvem-se as águas tardias e
rasgam-se as mãos nos vértices das paredes
as mãos sangram e
lavam-se depois na nudez das árvores.
(ouve-se ao longe o choro de uma criança ausente)
3 Comments:
Boa noite, Aires.
Não esqueças: faz, e depressa, o que recomendas a outros...
Um abraço
se há um choro da criança , quebra-se um pouco a solidão!
abraço.
É verdade: mas o problema é quando se trata do "choro de uma criança ""ausente""...
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