domingo, junho 14, 2009

o gume do tempo
afia a lâmina que corta o fim de tarde
sangrando a solidão do homem

as palavras correm à desfilada
pessoas felizes no conforto do comboio rápido

junto ao homem
não pode haver pessoas
não lhe pode haver palavras
sobre o frio gume que corta o fim de tarde
preparando da noite o sangramento
nas veias abertas das palavras do jornal
nocturno agasalho sem sentido

quinta-feira, junho 04, 2009

Em relação ao assunto das escolas e directores, só mais uma coisa:
Quanto à avaliação, ninguém pôs em causa o princípio de que devia haver avaliação, o problema era o modelo! Quanto à gestão, todos parecem aceitar o modelo e não pôr em causa o princípio de eleição democrática. Eu continuo a reger-me por princípios e começo a reflectir mais sobre os motivos da contestação, sobretudo quando vejo quase todos, mas mesmo quase, a aceitarem participar nesta farsa da entronização. Antes do 25 de Abril lutei na Escola pela gestão democrática, agora até parecem olhar de lado quem não aceita a morte da democracia na Escola.
DIXIT!
E, como diz o outro, viva o velho! Ou então, como o Quincas Borba, o filósofo do "Humanitismo", do grande Machado de Assis, "Ao Vencedor, as batatas!"

quarta-feira, junho 03, 2009

os passos rasgam a solidão
e o vinho amansa a dor do homem
que perdeu a manhã e
sofre a lâmina das tardes
despido de sonhos

o homem tornou-se cárcere em dor
e ouve-se a dor do homem no subterrâneo das palavras
a estilhaçar todos os muros
a rasgar o véu da noite com os olhos e
a acender a revolta nas estrelas