quinta-feira, julho 27, 2006

Quando a lua surge
e nas ervas incendeia
o cristal de orvalho,
uma fantasma fria aragem
prolonga a sombra
dos álamos junto ao muro
oriental do meu jardim.
A noite vai colher dos raios
de luar as mais excessivas
labaredas, fartar-se numa
qualquer canção de Outono,
cingindo o meu quarto solitário.

quarta-feira, julho 26, 2006

Felizes os felizes!
Curiosamente, apesar de a consciência me parecer um obstáculo à felicidade, só pode ser feliz quem o for conscientemente, apesar do preço a pagar. Ser feliz inconsciente não é ser feliz. O tempo, mais uma vez, servirá de prova...

segunda-feira, julho 24, 2006

Hoje acordei com esta certeza: o tempo tem sido o meu melhor mestre. Porquê? Bem, só o tempo me abalou as certezas com as quais, em muitas alturas, mem consolei; só o tempo me apaziguou as dores que julguei insuportáveis para sempre; só o tempo verdadeiramente me corrigiou os erros que fui acumulando ao longo do caminho; só tempo cimentou os encontros que não mais esquecem; só o tempo... é o futuro que me obriga sempre a caminhar, não sei para onde, às vezes não sei como, mas caminhar. Ao encontro de mim próprio?

quarta-feira, julho 19, 2006

Finalmente começo a perceber para o que deve servir um blog: sobretudo para o improviso. Só assim será possível manter vivo um bicho destes alguns anos. Para mim torna-se difícil, pois o improviso tenho-o cultivado apenas nas conversas em pequenas capelas... mas prometo fazer um esforço.
Já agora, na SIC ouvi a M. da Educação a não dizer nada. Não teria sido melhor ter aparecido antes num qualquer blog? Pelo menos só lá iria quem quisesse e não me entrava assim pela casa dentro sem pedir licença!...

quinta-feira, julho 13, 2006

Da "Arte da Música", de Jorge de Sena (ouvindo- eu - a versão de Neville Marriner, com a Academia e Coro de St Martin in the Fields:

"REQUIEM" DE MOZART

I

Ouço-te, ó música, subir aguda
à convergente solidão gelada.
(...)

II

Ó música da morte, ó vozes tantas
e tão agudas, que o estertor se cala.
Ó música da carne amargurada
de tanto ter perdido que ora esquece.
Ó música de morte, ah quantas, quantas
mortes gritaram no que em ti não fala.
(...)

(16/4/1962)

Depois disto, escrever o quê?

segunda-feira, julho 10, 2006

Hoje, ao fim da tarde, após uma hora de natação, deparei-me com isto, e fiquei a pensar...


O ruído dos povos - Ah! Ruído de povos
numerosos
como o ruído do mar;
bramar de nações
como o bramido de intempestuosas águas.
Ele as ameaça e elas fogem para longe
como o feno dos montes levado pelo vento,
como redemoinhos diante do vendaval.
Pela tarde vem a consternação;
antes da manhã já nada existe.
Esta será a sorte dos que nos saqueiam,
a sorte dos que nos despojam.


Julgo que sabem de onde isto foi pescado, mas eu digo: ISAÍAS, 17 - ORÁCULO CONTRA DAMASCO.

quinta-feira, julho 06, 2006

Finalmente! Pode ser que o país, amanhã, comece a acordar para a sua realidade e para a tristeza de quem o governa!

terça-feira, julho 04, 2006

Repito: eu até gosto de futebol, mas como cada vez compreendo mais os que não gostam!...

o árbitro não faz sinal, faz sinalética...
o jogador é exímio...
o árbitro foi peremptório...
aquele jogador não tem pé esquerdo...
aqueloutro tem bons pés...
defesa por instinto...
os ingleses são súbditos de sua majestade...
a Inglaterra é a velha albion...
a defesa é coesa...
o árbitro mostra a cartolina...
a bola é o esférico...
o jogador fez a cobertura...
lá nas alturas manda ele...
foi mão na bola ou bola na mão...
exagerou nos protestos...
o factor psicológico...


E o mais que por aí vai!!!

Desisto, pronto! (mas continuo a gostar de futebol!)