Quando a tua ausência passeava a meu lado sobre a areia e o mar, banhando-me os joelhos, molhava apenas a ponta dos teus pés, o silêncio vestia-se de tardes e só em desejo o podia eu quebrar desejo-dor desejo-ausência sobre a areia.
Agora, breve espectador da noite, continuo vestido de silêncio e não sabendo já como quebrá-lo receberei do mar as novidades e a mensagem serei eu a escrevê-la.
"Uma coisa havia que reconhecer nele: ao contrário de quase todos os seus amigos, Traveler não deitava as culpas de não ter viajado à vida ou à falta de sorte. Em vez disso, bebia uma genegra de um trago e chamava-se a si mesmo de maldito imbecil. -É óbvio que sim, que eu sou a melhor das suas viagens - dizia Talita quando a oportunidade surgia - , mas ele é tão parvo que não se dá conta disso."
Hoje, em um lugar cujo nome amanhã revelarei, senti que me escreviam na testa, com cinza: PALHAÇO. Do fundo da memória, esta escritura era-me acompanhada pelo longínquo latinório:"Memento hommo quia pulvis es, et in pulverem reverteris". Consolou-me, ao fim do dia, a também longínqua (de muitos modos) voz do Jô Soares: "Eu não sou palhaço, estão-me fazendo de palhaço!" Também ao longe, ouvia Jô Soares dizer: -Nesta terra que eu amo, neste povo que eu piso... Não: Neste povo que eu amo, nesta terra que eu piso, quequeusou, quequeusou, quequeusou? -Sois Rei, sois Rei, sois Rei!!!!!!!
Escrito por Emily Brontë, em "O Monte dos Vendavais" (um romance portentoso!):
"-Não será de ti que me vingarei - replicou Heathcliff com menos veemência. - O meu plano não é esse. Os escravos não se revoltam contra o tirano que os oprime: esmagam os que estão por baixo."